segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ó, Alma!

O que será a alma?
Uma invisível visibilidade,
Que anda sem que pernas tenha,
E que sente sem coração ter?
Ou é ela uma imensa teia,
Onde a vida passeia,
E enredada fica, sem se ver ?


Ó alma, quem tu és?
Tu és a minha vida que não morre?
Sopro que vira brisa, que vira vento e tempestade e furacão?
És um chão que aos meus escorre,
Ou um escorregadio pé que finca no meu chão?


Tu és minha parte nobre,
Ou mora em mim plebéia;
Revolta e panacéia,
Cabral que se descobre?


Não sei quem é você, só sei que a tenho,
E a tenho em alta conta, que te escrevo,
Só pra saber se és minha ou só vives comigo;
Se és amiga ou traidor,
Se és poeta ou fingidor, ó desalmada alma!

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